Já é defendido pela sabedoria popular que todos temos uma única boca para falar, porém, dois ouvidos para escutar. Obviamente não se trata de uma questão puramente anatômica, antes, de um ato de doação de si e solidariedade em virtude da necessidade do outro. Nada mais contemporâneo e urgente que o resgate dessa máxima, associado ao hábito 5 do programa Líder em Mim: “Procure primeiro compreender, depois ser compreendido”.
No ambiente escolar, a escuta sempre foi uma prática natural. Os alunos espontaneamente, desde os menores aos mais velhos, em algum momento, dividiam suas angústias e frustrações com alguém considerado mais próximo, podendo ser desde o “tio” da recepção até a diretora.
No entanto, por cerca de um ano e meio, estamos passando por uma situação, tanto imprevista quanto inédita. A pandemia tirou de nós direitos básicos como: ir e vir, estar juntos, festejar, e no caso da escola, de ter nossos alunos no presencial. Isso impactou a educação de modo que historicamente nunca havia acontecido. O bom dia passou a ser virtual; o olho no olho, que muitas vezes revelava a condição do aluno, escondeu-se por trás das câmeras e personagens que assumiram o lugar dos rostos; a palavra, tão preciosa para crianças e adolescentes que pertencem à geração do “expressar-se”, do “defender sua posição” e do “reafirmar quem é o ao que veio”, muitas vezes, anulou-se no silêncio do sentir-se sozinho.
Nas aulas de redação, das quais posso falar com propriedade, várias ocasiões de escrita deram lugar a reflexões que propiciaram partilhas incríveis e reveladoras dos sentimentos e das incertezas, nas quais os alunos, ao dividir suas experiências, puderam se identificar com o outro e se sentir acolhido por poder falar.
Agora, estamos começando a retomar as atividades, porém dentro de uma normalidade que ainda não sabemos como será. Nesse cenário, a escuta empática é quase uma condição “sinequa non” para criar um ambiente de acolhimento e compreensão, porque é justamente isso que a escuta pressupõe. Escutar para entender e não para responder; para ajudar e não para julgar; para compreender o que está além das palavras; enfim, para colocar-se no lugar do outro, e assim, dar sentido à empatia, um termo tão em voga, ultimamente.
Todos tivemos que repensar nossas atitudes, nossos afazeres e, até mesmo, nossos objetivos futuros, mas nesse período, o Colégio Ser se preparou para o momento da volta, respeitando cada momento que se impôs, e portanto podemos dizer que nossa equipe está inteiramente de braços e ouvidos abertos para acolher os alunos e suas famílias.
Maria Lúcia da Costa
Professora de língua portuguesa
Fundamental II (EFAF) e Ensino Médio
Já é defendido pela sabedoria popular que todos temos uma única boca para falar, porém, dois ouvidos para escutar. Obviamente não se trata de uma questão puramente anatômica, antes, de um ato de doação de si e solidariedade em virtude da necessidade do outro. Nada mais contemporâneo e urgente que o resgate dessa máxima, associado ao hábito 5 do programa Líder em Mim: “Procure primeiro compreender, depois ser compreendido”.
No ambiente escolar, a escuta sempre foi uma prática natural. Os alunos espontaneamente, desde os menores aos mais velhos, em algum momento, dividiam suas angústias e frustrações com alguém considerado mais próximo, podendo ser desde o “tio” da recepção até a diretora.
No entanto, por cerca de um ano e meio, estamos passando por uma situação, tanto imprevista quanto inédita. A pandemia tirou de nós direitos básicos como: ir e vir, estar juntos, festejar, e no caso da escola, de ter nossos alunos no presencial. Isso impactou a educação de modo que historicamente nunca havia acontecido. O bom dia passou a ser virtual; o olho no olho, que muitas vezes revelava a condição do aluno, escondeu-se por trás das câmeras e personagens que assumiram o lugar dos rostos; a palavra, tão preciosa para crianças e adolescentes que pertencem à geração do “expressar-se”, do “defender sua posição” e do “reafirmar quem é o ao que veio”, muitas vezes, anulou-se no silêncio do sentir-se sozinho.
Nas aulas de redação, das quais posso falar com propriedade, várias ocasiões de escrita deram lugar a reflexões que propiciaram partilhas incríveis e reveladoras dos sentimentos e das incertezas, nas quais os alunos, ao dividir suas experiências, puderam se identificar com o outro e se sentir acolhido por poder falar.
Agora, estamos começando a retomar as atividades, porém dentro de uma normalidade que ainda não sabemos como será. Nesse cenário, a escuta empática é quase uma condição “sinequa non” para criar um ambiente de acolhimento e compreensão, porque é justamente isso que a escuta pressupõe. Escutar para entender e não para responder; para ajudar e não para julgar; para compreender o que está além das palavras; enfim, para colocar-se no lugar do outro, e assim, dar sentido à empatia, um termo tão em voga, ultimamente.
Todos tivemos que repensar nossas atitudes, nossos afazeres e, até mesmo, nossos objetivos futuros, mas nesse período, o Colégio Ser se preparou para o momento da volta, respeitando cada momento que se impôs, e portanto podemos dizer que nossa equipe está inteiramente de braços e ouvidos abertos para acolher os alunos e suas famílias.
Maria Lúcia da Costa
Professora de língua portuguesa
Fundamental II (EFAF) e Ensino Médio